Em São Paulo, Hebe morou em um porão e foi arrumadeira, antes de brilhar como cantora de rádio. Hebe fazia sua parte. Da residência de uma tia rica, Irene Andrade, para quem lavava pratos e arrumava a cozinha, ela levava para casa alguns trocados. “Também aproveitava para comer os bolinhos que sobravam do almoço”, conta ela. Tomada por afazeres e com poucos recursos, Hebe abandonou os estudos no 4º ano do ensino fundamental. Hebe queria derrubar o reinado do arroz, ou melhor, socializá-lo com feijão, carnes, salada e frutas. Do mesmo jeito, quis colocar voz nos sons que o pai produzia. Assim, aos poucos, nasceu a cantora Hebe Camargo, apresentando-se em programas de auditório das rádios paulistanas. Nos anos 50 veio a chance de virar apresentadora, deixou de cantar o hino de inauguração da tevê Tupi para namorar, tingiu os cabelos de loiro e casou-se de rosa porque tinha medo que o padre descobrisse que não era mais virgem. Essa é a Hebe Camargo. “Gracinhaaaaaaa...”
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